quinta-feira, 20 de agosto de 2009

Collor no ventilador!

O elegante Fernando Collor obrou de novo. Desta vez no ambiente solene e sobre os tapetes macios de azul profundo do plenário do Senado Federal. Na sessão de segunda-feira (10/08/2009), expelindo pela boca a graça retórica e a graxa intestina que regurgitou sobre o jornalista Roberto Pompeu de Toledo, colunista da revista Veja, o nobre senador Collor confessou ao país: "Eu tenho obrado em sua cabeça nesses últimos dias, venho obrando, obrando, obrando em sua cabeça".

Obrando, Collor deixou o rastro de um estilo inconfundível que alcança os olfatos mais distantes e sensíveis. Obrando, Collor depositou em sua presidência, aqui e ali, obradinhas discretas, quase imperceptíveis, e despejou também obradas monumentais, que impressionam pelo volume e pela consistência, que não se desfaz ao longo do tempo.

A imagem sempre composta, empertigada, aprumada, de ternos bem cortados, gravatas de grife e sapatos de fino cromo, não permitia imaginar que aquele homem, como qualquer um, também tivesse seus momentos de íntima comunhão com a fisiologia. Pois agora sabemos, nessa surpreendente auto-purgação, que Fernando Collor também obra. Obrando, Collor desce à condição humana que até ele, como uma estátua sedestre, precisa assumir em alguns privados momentos do dia.

Alguém poderia supor que, ao obrar com tanta insistência, dias a fio, sobre a cabeça de alguém, Collor estaria apenas declinando ações transitivas ou intransitivas, bem comportadas, que os dicionários definem como 'fazer, executar, praticar, maquinar, urdir, proceder, trabalhar, construir'. Mas o próprio orador tratou de esclarecer que, obrando, Collor urdia naquele discurso um propósito bem mais explícito e mal-cheiroso: "Venho obrando, obrando, obrando em sua cabeça. Para que alguma graxa possa melhorar seus neurônios".

Até os compêndios mais elegantes são obrigados a reconhecer que, entre outros significados, obrar também significa 'expulsar excrementos; defecar; sujar-se de matéria fecal'. Chegamos aí à matéria prima que compõe a massa retórica collorida e as intenções manifestas do requintado discurso do nobre senador. A exegese da fala de Collor, assim, pertence menos ao reino didático dos dicionaristas e mais ao universo íntimo dos proctologistas e dos laboratórios de análises clínicas.

A idéia de usar a graxa de sua flora bacteriana para 'melhorar' os neurônios só podia ser obra intelectual, e pouco graciosa, de Collor, que já obrou muito sobre as cabeças coroadas de Sarney e Lula. Na noite de 5 de novembro de 1989, Collor fechou-se num estúdio de TV, sentou-se e obrou fartamente no horário da propaganda eleitoral sobre o então presidente da República: "Gostaria de tratar o senhor José Sarney com elegância e respeito. Gostaria, mas não posso. Não posso porque estou falando com um irresponsável, um omisso, um desastrado, um fraco. Quero que a Nação saiba que estou falando com um cidadão de más intenções, que não dignifica o cargo que ocupa. O senhor sempre foi um político de segunda classe. O senhor nunca teve uma atitude de coragem."

No calor da campanha, as contrações musculares de Collor o levaram a obrar, feio, na cabeça do adversário Lula, despejando nas telas de TV um depoimento mal-cheiroso de uma ex-namorada do candidato do PT e suas supostas pressões para um aborto. Na sua meteórica passagem pela presidência da República, Collor acabou tropeçando em obradas, depositadas aqui e ali em lugares insuspeitos da administração pública, e atribuídas a amigos e aliados próximos, liderados por seu obreiro-mor, Paulo César Farias, que acabou emprestando o nome à CPI que empestou o seu governo. O odor insuportável que emanou da obra investigada pela CPI de PC Farias escorreu perna abaixo e acabou no impeachment. E o governo Collor se esvaiu pelo ralo da História.

Entrevistado tempos depois pelo repórter esportivo Milton Neves, o ex-candidato Lula deu o troco, ao responder se sentia pena daquele homem expelido do Palácio do Planalto: "Não é que eu tenha pena... Como ser humano, eu acho que uma pessoa que teve a oportunidade que aquele cidadão [Collor] teve de fazer alguma coisa de bem para o Brasil, um homem que tinha respaldo da grande maioria do povo brasileiro... Ou seja, [um homem que,] ao invés de construir um governo, construiu uma quadrilha como ele construiu, me dá pena, porque deve haver qualquer sintoma de debilidade no funcionamento do cérebro do Collor".

E disse mais Lula: "Efetivamente, eu fico com pena porque eu acho que o povo brasileiro esperava que essa pessoa [Collor] pudesse pelo menos conduzir o país, se não a uma solução definitiva, pelo menos a indícios de soluções para os graves problemas que nós vivemos. E, lamentavelmente, a ganância, a vontade de roubar, a vontade de praticar a corrupção, fez com que o Collor jogasse o sonho de milhões e milhões de brasileiros por terra".

Hoje, Collor, Sarney e Lula tapam o nariz e tentam limpar frases e obras de um passado que os separava em nome das conveniências de um presente que os une, visando um futuro político em comum. Na quarta-feira (12), no Rio de Janeiro, o presidente Lula citou "os debates no nosso querido Senado", para criticar: "O nível do debate está abaixo da média de compreensão da nossa sociedade. São pessoas formadas, com mais de 35 anos, que poderiam agir de forma mais civilizada". Lula teve o cuidado de não mencionar o nome de ninguém.

Essa complacência toda permite e explica a retumbante reaparição do velho Collor, 'obrando, obrando e obrando' nos escovados tapetes do Senado Federal, que deglutiu impassível a infeliz travessura semântica do representante das Alagoas. Ninguém, na Mesa Diretora ou no plenário, pediu a imediata assepsia do discurso, em nome da higiene, da saúde pública, do decoro e dos bons modos que devem presidir os homens, senadores ou não.

Assim, impavidamente engolida por seus pares, a obra intelectual desta semana de Fernando Collor cumpriu seu caminho digestivo pelas instâncias intestinas da Casa e acabou depositada para análise dos historiadores no seu devido lugar: os anais do Senado Federal.


Pelo Jornalista Luiz Cláudio Cunha


E LÁ VEM A CSS

A imagem fala por si.
Mais essa agora, o Ministro da Saúde, José Gomes Temporão quer outra CPMF, alegando que desta vez a grana vai para os cofres do SUS.
Tem gente que acha que brasileiro é tudo trouxa e/ou que somos um bando de idiotas. Só pode!?
Quem acredita que os R$ 12 bilhões da CSS irá parar no seu destino certo?
Infelizmente é assim, enquanto o povo vai engolindo babana, os nossos políticos vão se deleitando com a nossa grana.
Isso é BRAZIL!

MAIS IMPOSTOS

MINISTRO TEMPORÃO ESTÁ CONSEGUINDO NOVA CPMF

Em nota enviada à imprensa nesta quinta-feira (20), o Ministério da Saúde afirmou que a regulamentação da Emenda Constitucional nº 29, que vem fixar percentuais mínimos que devem ser investidos pela União Anualmente na saúde do cidadão brasileiro e distribuída aos estados e municípios, está perto de ser votada.

A votação ainda não ocorreu, pois falta à emenda ser apreciada pelo deputados da Câmara Federal.

A nova emenda que recebeu o nome de. Contribuição Social para a Saúde (CSS), vem em substituição e para compensar o fim da Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF), conhecido como o "imposto do cheque".

A nova contribuição, como foi prometida na época que criou-se a CPMF, terá destino exclusivo da arrecadação para a saúde. A alíquota prevista é de 0,10% sobre a movimentação financeira.

Segundo informa o Ministério da Saúde em nota, a CSS proporcionará uma arrecadação de cerca de R$ 12 bilhões por ano, o que deverá incrementar muito os investimentos no setor.

UTILIDADE PUBLICA

TAMIFLU

BEBÊS E GRÁVIDAS QUE USAM ANTIVIRAL SERÃO MONITORADOS


Por Soraya Garcia


A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), divulgou dois alertas nesta semana, segunda-feira (17) e quarta-feira (19), orientando os profissionais de saúde a monitorar as pacientes grávidas e crianças menores de um ano que estejam fazendo uso do medicamento fosfato de oseltamivir (Tamiflu), utilizado no tratamento dos casos da gripe causada pelo vírus Influenza A H1N1. A orientação foi adotada como forma de reforçar os cuidados com a segurança dos pacientes, pois ainda não existem dados suficientes sobre o uso deste medicamento que permitem uma avaliação definitiva quanto aos efeitos causados nesses dois tipos de pacientes. Para os menores do um ano, a ANVISA recomenda que os médicos façam uma avaliação nas primeiras 48 horas e 30 dias após o uso da primeira dose. As mulheres grávidas devem ser avaliadas neste mesmo intervalo e em até 30 dias após o parto. É importante que os profissionais de saúde notifiquem todas as suspeitas de reações adversas ao fosfato de oseltamivir (ou a qualquer medicamento) por meio do sistema Notivisa.
A preocupação gerou alerta semelhante em julho, onde na ocasião a ANVISA. chamou a atenção de pais e profissionais de saúde para o risco de utilização de medicamentos contendo ácido acetilsalisílico em crianças e adolescentes, em especial, para o alívio dos sintomas associados às infecções virais. De acordo com orientação, o uso destes medicamentos deve ser feito com atenção, principalmente durante o inverno, período no qual os casos de gripe tendem a aumentar. O cuidado vale tanto para os casos de gripe comum como da gripe A H1N1.
Para a Agência Nacional de Vigilância em Saúde, o cuidado se deve ao risco que crianças e adolescentes tem de desenvolver a Síndrome de Reye. Ela pode ocorrer durante a recuperação de uma infecção viral ou pode se desenvolver de 3 a 5 dias após o início da virose. Seus sintomas incluem: vômito recorrente ou persistente, letargia, mudanças de personalidade como irritabilidade ou agressividade, desorientação ou confusão, delírio, convulsões e perda da consciência, exigindo assistência médica imediata.
A causa da doença ainda não é conhecida. Entretanto, estudos demonstraram que o uso de medicamentos que contêm ácido acetilsalisílico no tratamento de doenças virais aumenta o risco de seu desenvolvimento. A restrição já está no Protocolo de Manejo Clínico e Vigilância Epidemiológica da Influenza, publicado pelo Ministério da Saúde.


Fonte da informeção: http://www.snifdoctor.com.br/noticias.php?id=456

http://www.anvisa.gov.br/farmacovigilancia/alerta/index.htm

COM LICENÇA A DAMA DA ANÁLISE POLÍTICA: LÚCIA HIPPOLITO

O DRAMA DO PT

Que dia!



E eu que pensava que a data mais triste da história do PT tinha sido o dia 11 de agosto de 2005!

Para os que não se lembram mais, naquele dia o marqueteiro do presidente Lula, Duda Mendonça, declarou, simplesmente e com todas as letras, que o PT pagou parte da campanha eleitoral do presidente Lula, do senador Aloísio Mercadante, da candidata a governadora Benedita da Silva e do candidato a governador José Genoíno com dinheiro de caixa dois.

De contas no exterior para uma conta de Duda Mendonça, também no exterior.

Ao final do depoimento, deputados petistas choraram no plenário da Câmara, a senadora Ideli Salvati passou mal, o senador Aloísio Mercadante fazia ares patéticos, senadores e deputados petistas na CPI dos Correios ficaram completamente atarantados diante da bomba que Duda Mendonça jogou no PT e no governo do presidente Lula.

De lá para cá, nunca mais o partido foi o mesmo.

Um grupo, liderado pela então senadora Heloísa Helena, saiu do PT para fundar o PSOL. Militantes e eleitores, desencantados, procuraram outras paragens.

O PT não desapareceu, apenas mudou de personalidade. Perdeu quase todo o seu patrimônio ético, dilapidou seu capital. Tornou-se um partido inteiramente dependente da imensa popularidade do presidente Lula.

Tornou-se refém do PMDB.

Os antigos dirigentes do PT hoje são réus no Supremo Tribunal Federal, acusados de pertencer – e alguns, de liderar – uma “sofisticada organização criminosa”.

Quanto ao presidente Lula, descolou-se do partido e decolou em carreira solo. Criou o lulismo, tornou-se aliado do que há de mais execrável na política brasileira e segue em frente, feliz da vida.

Deixa no PT um rastro de destruição.

Pois hoje o Partido dos Trabalhadores viveu mais um dia daqueles!

Mais uma vez o PT abandonou às traças o melhor de si mesmo.

Enquadrado pelo presidente Lula, o partido foi o principal responsável pelo salvamento de José Sarney, assim como tinha sido o principal responsável pelo salvamento do mandato de Renan Calheiros.

E no mesmo dia, perdeu a senadora Marina Silva, representante maior do que restava do patrimônio ético do partido.

Perdeu também o senador Flavio Arns, do Paraná, descontente com os rumos tomados pelo PT.

Finalmente, perdeu totalmente a compostura.

Que dia! Nem a oposição mais assanhada se animou a comemorar. Pois não há nada a festejar. Não se festeja uma tragédia.

SERÁ O INÍCIO DO FIM?

"Fico sem mandato, mas não fico no PT. Não estou nervoso, nem decepcionado, estou envergonhado,
profundamente envergonhado."

Foi o que o senador Flávio Arns (PT-PR) disse nesta quarta-feira que vai deixar o partido por entender que a legenda abandonou suas bandeiras da ética e da transparência ao se posicionar favorável ao arquivamento das denúncias no Conselho de Ética. Com a saída de Arns, a bancada do PT no Senado sofre a sua segunda baixa. Arns afirmou que vai procurar a Justiça para não perder o mandato. Segundo ele, o PT traiu os seus ideais.

PARA PESSOAS QUE OCUPAM CARGOS PUBLICOS, NÃO CABE DESCULPAS OU JUSTIFICAÇÕES

Agenda oficial de Dilma tem erros e omissões

Apesar de o governo sustentar que todos os compromissos dos ministros são registrados, a agenda pública da ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, apresenta omissões e registra eventos dos quais ela não participou. Reportagem de Leila Suwwan publicada na edição desta quinta-feira do GLOBO mostra que há erros em uma semana inteira na agenda do período de 15 a 19 de dezembro de 2008 divulgada no site do Planalto na internet.

Segundo o relato da ex-secretária da Receita Federal Lina Vieira a parlamentares do PSDB, o dia 19 de dezembro teria sido exatamente a data do encontro em que Dilma pediu que a Receita agilizasse as investigações sobre empresas da família Sarney - encontro que foi negado pela ministra.

A partir do cruzamento com as agendas do presidente Lula, de governadores e outros ministros, além de fotografias e reportagens publicadas naquela semana, O GLOBO verificou que a programação daquela sexta-feira, 19 de dezembro, foi inteiramente excluída da agenda. A agenda de segunda e terça-feiras daquela semana de dezembro são repetidas e omitem compromissos.

Além disso, uma série de eventos aparecem na agenda no dia seguinte ao que de fato ocorreram. E há registro de participação da ministra em pelo menos um evento no qual ela não esteve: o lançamento da Estratégia Nacional de Defesa, ocorrido no dia 18.

A Casa Civil informou que ocorreu "um problema durante a migração de dados do portal antigo para o atual" - problema que teria ocorrido no fim de 2008. "Desta forma, compromissos que aparecem no site como tendo ocorrido no dia 19 de dezembro, na verdade ocorreram no dia 18; os do dia 18, no dia 17 daquele mês", informou a assessoria.

Porém, não há explicação sobre o motivo de o problema ter ocorrido apenas em três dias da semana - e não um bloco inteiro de semana, mês ou ano. O Planalto disse ainda que não percebeu o erro até receber as perguntas do GLOBO, e informou que a correção será feita nesta quinta-feira. Leia mais em: Agenda oficial de Dilma tem erros e omissões

http://oglobo.globo.com/pais/noblat/posts/2009/08/20/agenda-oficial-de-dilma-tem-erros-omissoes-215664.asp