O Ministério Público de Londrina abriu nesta quinta-feira (3), investigação para apurar mais uma denúncia contra o vereador Rodrigo Gouvêa (PRP), relator da CEI da Planilha do Transporte Coletivo. Dessa vez o parlamentar é suspeito de ter pedido propina para aprovar a lei 10.730/09, que incluiu o Município no programa federal "Minha Casa, Minha Vida".
Segundo o engenheiro Maurício Costa, idealizador do projeto "Onde Moras", que prestou depoimento ao Ministério Público no dia 20 de agosto, relatou sobre uma suposta "abordagem" de Gouvêa ao engenheiro e sócio-proprietário da construtora Bonora & Costa, contratada em julho para executar o serviço. Ainda conforme o depoimento de Costa, o engenheiro da construtora disse ter sido procurado por Rodrigo Gouvêa no dia em que a lei foi votada em primeira discussão (23 de junho) e ouvido a seguinte pergunta: "Quanto vai sobrar para mim?”.
O presidente da Câmara de Vereadores de Londrina, José Roque Neto (PTB), disse que no dia do fato, Maurício Costa adentrou no seu gabinete muito nervoso e desabafou rapidamente que Gouvêa havia lhe pedido de propina para votar favorável ao seu projeto. Mas conforme relata Roque Neto, “Costa estava muito nervoso, falou isso rapidamente e saiu da minha sala. Voltei ao plenário, conduzi normalmente os trabalhos naquele dia. O projeto foi aprovado e nunca mais fiquei sabendo de nada sobre o assunto, até que o promotor me ligou”.
Rodrigo Gouvêa também está sendo investigado pela Promotoria de Defesa do Patrimônio Público por suspeita de manter uma "funcionária fantasma" em seu gabinete. O edil nega ambas acusações.
O outro edil que está na mira de uma possível investigação é o presidente da CEI da Planilha, ex-líder do prefeito e hoje o maior opositor da atual gestão, Joel Garcia (PDT). A denúncia teria partido da enfermeira, Regina Maria Amâncio, a mesma que denunciou Rodrigo Gouvêa no Ministério Público por manter uma suposta funcionária fantasma em seu gabinete.
Segundo a assessoria de comunicação da Câmara, o que existe contra Joel é uma representação de um pedido de informação sobre uma suposta contratação de funcionário que não apareceria para trabalhar e que haveria, uma suposta mulher prestando serviço sem ser contratada. Porém não existe protocolado na Casa nenhum procedimento ou denúncia com encaminhamento para analise no Conselho Ética.
Em entrevista coletiva no meio da tarde desta sexta-feira (4), o presidente da Câmara, José Roque Neto (PTB) disse que nada pode fazer, pois em nenhum dos dois casos foi realizado protocolo junto à mesa da presidência denúncia contra ambos vereadores, sendo assim o pedido de informação formulado contra o vereador Joel Garcia (PDT) foi devidamente encaminhado ao jurídico da Casa para ver se procede e no caso do vereador Rodrigo Gouvêa (PRP), “A única coisa a ser feita no momento é esperar os resultados das investigações que correm na promotoria, para em caso de comprovação das denuncias, podermos tomar alguma atitude concreta sobre o assunto”, explicou Roque Neto.
Por Soraya Garcia
