POPULAÇÃO PASSA A DAR UMA DE POLICIA
A criminalidade é um fenômeno mundial e no Brasil o dispositivo incentivador dos altos índices deste fenômeno é a impunidade. A falta de treinamento e aparelhamento da policia, além da baixíssima remuneração salarial dos policiais, tanto civil como o policial militar, o chamado linha de frente no combate ao crime são fatores de igual peso e importância no elevados números das ocorrências.
O Brasil é um dos poucos paises no mundo que tem uma fronteira terrestre tão extensa e com um número tão grande de países, ao todo 11. Dentre estes países que fazem fronteiras com o nosso, estão a Bolívia, Paraguai, Peru e Colômbia que são grandes produtores mundiais de cocaína e maconha, além da introdução dos últimos anos do cultivo da papoula, ou amapola como é chamada pelos colombianos. A flor é à base da produção do ópio, ainda a droga mais cara e devastadora que existe.
Não obstante de tudo isso, o Brasil se torna um grande corredor de passagem, e nos últimos anos, também entro na lista dos grandes consumidores de drogas o que fortaleceu a formação de grupos organizados e do tráfico de armas, requisito essencial para manutenção e fortalecimento destas organizações criminosas que basea sua economia na produção, venda e revenda de drogas.
Outro fator importante segundo a Organização das Nações Unidas (ONU) são as desigualdades sociais, econômicas, culturais e educacionais brasileira, além da falta de saneamento básico, terra e moradia, como o alto comprometimento político com a corrupção, uma das maiores do mundo.
Todos esses fatores funcionam como base, combustível e estopim para a elevada criminalidade no Brasil.
Como o fenômeno saiu dos grandes centros e atinge hoje inclusive as zonas rurais mais distantes do país, a população por falta do aparelhamento da policia e o, às vezes, desprezo do Estado para com situação passou a fazer o papel do governo e começa a dar voz de prisão e a prender ladrão.
Em Londrina, capital do norte do Paraná, os cidadãos começaram a dar uma de policial e agora acoam e prende ladrão até que uma viatura da PM chegue ao local e atenda a ocorrência. Hoje o tempo médio para o atendimento de uma ocorrência é de 5 minutos, o que é suficiente para o delinquente e/ou meliante dar fuga. Somente em 5 dias os cidadãos londrinense deram o flagrante e mantiveram guardados, por assim dizer, até a PM chegar o local dos fatos em três ocasiões diferentes. Em menos de 24 horas foram duas vezes.
Na sexta-feira (24/07) foi preso por populares e algemado por um vigilante que trabalha na Catedral da cidade, o homem que havia subtraído de dentro da ambulância do SIATE a bolsa de uma idosa atropelada e que estava recebendo atendimento. No início da noite desta segunda-feira (27/07), moradores do Conjunto Milton Gavetti, na zona norte, deram voz de prisão e mantiveram sobre posse até que a PM viesse atender a ocorrência, um jovem de 22 anos, Cristiano Aparecido Pena que estava em uma bicicleta, no momento do furto da bolsa de uma idosa que estava descendo do ônibus. E nesta terça-feira (28/07), por volta das 13 horas, Tiago Perpétuo Ceolin, que roubou o relógio de passava pela Rua Uriguai, Vila Brasil, região centro-sul da cidade, acabou detido por populares que perceberam a do rapaz e o seguraram até que a policia atendesse a ocorrência.
Dona M. C. S. (Maria da Conceição Soares) de 64 anos, moradora da Vila Brasil diz aprovar a atitude dos populares, “já que a policia não dá conta de estar em todos os lugares o tempo todo, acho mais que certo quando um roubo assim acontece, a população tome alguma atitude pra evitar que o ladrão leve a melhor encima da gente de bem”.
Para o núcleo de comunicação do 5º Batalhão da PM de Londrina, que atende a região metropolitana, a população tomar este tipo de atitude causa preocupação, pois o delinquente pode portar arma de fogo ou arma branca e vir acabar ferindo ou até levando a óbito algum cidadão que entre no embate.
“Vale salientar que o ideal seja sempre acionar as autoridades pelo número de telefone 190, e nunca, de forma alguma tentar fazer a justiça com as próprias mãos ou mesmo o papel da policia”, salientou o soldado Rodrigo Gazzola Monteiro do núcleo de comunicação social da PM. Para Gazzola, “Os altos índices da criminalidade em todo o mundo, cada país com seu tipo mais comum de crime, é devido a falta de humanização da humanidade, que vem colocando bem capital à frente do bem maior, que sempre será a ‘vida’ “.
Até ontem, Londrina e região registraram mais cerca de 45 ações como estas, onde a população tomou pra si a vez da policia e prendeu ladrões e até aviões do tráfico.
O Núcleo de Comunicação Social da PM (NCS), salientou que na cidade de Londrina 80% dos objetos furtados são recuperados e 85% dos homicídios solucionados, estando entre os maiores e melhores índices de desempenho policial do país.
Por Soraya Garcia
