MP move ação para suspender contratos da merenda escolar em SP
O Ministério Público ajuizou, nesta terça-feira (4), ação civil pública contra a Prefeitura Municipal de São Paulo pedindo a concessão de liminar para a suspensão ou proibição da assinatura dos contratos com as empresas que estão participando do pregão para fornecimento de merenda escolar, cujo resultado está previsto para o final desta semana, além da proibição da assinatura de qualquer prorrogação dos contratos decorrentes do pregão realizado em 2006. A ação pede, ainda, que a Justiça proíba a Prefeitura de contratar empresas de fornecimento de merenda pelo sistema terceirizado.
Os promotores Silvio Antonio Marques, da Promotoria de Justiça do Patrimônio Público e Social, e Arthur Pinto de Lemos Junior, do Grupo de Atuação Especial de Repressão à Formação de Cartel e à Lavagem de Dinheiro e de Recuperação de Ativos (Gedec) sustentam que as empresas que fornecem a merenda escolar para as escolas da rede municipal de ensino formaram um cartel e montaram um esquema de corrupção de agentes públicos que atua desde 2001, quando a Prefeitura implantou a terceirização no setor.
De acordo com investigações iniciadas no ano passado, o esquema é formado pelas empresas SP Alimentação e Serviços Ltda., Geraldo J. Coan & Cia Ltda., Sistal Alimentação de Coletividade Ltda., Nutriplus Alimentação e Tecnologia Ltda; Convida Alimentação S.A e Terra Azul Alimentação Coletiva e Serviços Ltda. Segundo os promotores, essas empresas fraudaram o pregão realizado em 2006, combinando o preço de seis lotes da concorrência realizada em 2006 e cujo contrato foi firmado em 2007 e depois várias vezes prorrogado.
Uma testemunha, cuja identidade é preservada, afirmou aos promotores que as empresas pagaram R$ 1 milhão de propina para que a administração Marta Suplicy implantasse a terceirização da merenda escolar, em 2001. O esquema envolve, ainda, o pagamento mensal a agentes públicos no valor de 10% de tudo o que as empresas recebem do Poder Público. As empresas investigadas também mantêm contratos em mais de 30 cidades do interior paulista, além de Minas Gerais e Paraná.
Segundo os promotores, a Prefeitura manteve durante 70 anos o próprio esquema de produção da merenda escolar e, com a terceirização, passou a oferecer aos alunos da rede pública refeições 30% mais caras e de pior qualidade, além de deixar as merendeiras ociosas. Membros do Conselho de Administração Escolar (CAE) ouvidos pelos promotores revelaram a existência de comida estragada, utilização de insumos com alto teor de gordura e má conservação de alimentos, inclusive com gêneros alimentícios armazenados próximos a produtos químicos. De acordo com a Promotoria, apesar de alertada para todos esses fatos, a Secretaria Municipal de Educação não adotou nenhuma medida punitiva contra as empresas e quatro, entre as seis investigadas, ganharam oito dos 14 lotes do pregão.
A ação foi distribuída na 7ª Vara da Fazenda Pública.
Fonte: http://www.mp.sp.gov.br
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