Foi entregue na sexta-feira (26/06) nas mãos dos vereadores londrinenses, membros da Comissão Especial de Inquérito do Transporte Coletivo de Londrina, a CEI da Planilha, os documentos que trazem as propostas que foram realizadas pelas empresas vencedoras da licitação que definiu quem operaria o transporte coletivo em Londrina.
Este quesito era o último há ser analisado pela comissão para dar-se a conclusão do relatório. Os vereadores já podem fechar os trabalhos e levar ao conhecimento de todos os pares, da imprensa e da população os dados que foram apurados durante 3 meses de investigações e analises. A comissão pretende entregar o relatório final nesta quinta-feira (02/07).
Segundo informações preliminares, existe uma enorme desproporção entre a o valor contratual das empresas de transporte e a contrapartida que elas tem que ter com o município. Conforme consta no caderno de propostas, que foram aprovadas, o contrato é de quinze anos e de R$ 1,5 bilhão, quanto o valor de contrapartida não é superior a R$ 12 milhões durante o período, além de que o lucro das empresas é previsto entre 10% a 15% ao ano pelo serviço prestado, um dos maiores lucros em transporte coletivo do país.
A comissão ainda antecipa que serão pedidos à justiça duas prisões e outros indiciamentos.
O Sintrol (Sindicato dos Trabalhadores do Transporte Rodoviário de Londrina) ameaça com uma greve dos cobradores e motoristas do transporte coletivo, se o aumento da passagem não for dado até esta sexta-feira (03/06). O próprio contrato municipal do transporte atrela o reajuste salarial ao aumento da tarifa, o que possibilita este tipo de ação, que é considerado por muito como ‘Chapa Branca’ e que vem funcionando como um boa via de negociação nos últimos anos. Todas as vezes que não se consegue o aumento da tarifa de ônibus o sindicato lança mão do instrumento da greve, em geral cria muita confusão e quebra-quebra nos terminais e ônibus são depedrados.
RECORDANDO
Em 13 de junho de 2003, o deficiente físico Anderson Amaurílio da Silva foi atropelado por um coletivo dentro do Terminal Urbano Central de Londrina no protesto realizado por estudantes contra o reajuste da passagem de R$ 1,35 pra R$ 1,60. O motorista do coletivo teria avançado com o carro encima dos manifestantes que impediam a saída dos veículos do Terminal. Anderson que estava perto da manifestação acabou vitimado e foi hospitalizado na Santa Casa de Londrina em estado grave, vindo a falecer 11 dias após o incidente. A família da vítima ganhou um processo contra a Transporte Coletivo Grande Londrina (TCGL) que é de propriedade do empresário Constantino de Oliveira, dono de várias empresas do setor no Brasil e proprietário da Gol Linhas Aéreas. A TCGL que possui 85% das linhas da cidade, recorreu ao TJ e a decisão foi mantida. Recorreu novamente ao STJ e, mesmo assim a decisão permaneceu imutável e a empresa está pagando pensão à família de Anderson da Silva.
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