O coordenador Tiago de Oliveira Fabri falou sobre as reclamações dos consumidores. “No mês, além das reclamações rotineiras, ocorreu o primeiro atendimento sobre o assunto alimentos. Uma consumidora comprou um bombom que continha no seu interior sobras de uma cápsula de comprimido”.
Outro fato que fez com que elevasse consideravelmente o número de reclamações feitas ao órgão foi as telefonias fixa e móvel que arrebanharam o primeiro lugar, seguidas pelos cartões de créditos e leasing, além dos defeitos, a não entrega de produtos e falta de assistência técnica as mercadorias.
Em Londrina a situação também é a mesma. Em contato com o departamento administrativo do PROCON, o coordenador de estatística, Victor Hugo Carneiro nos relatou que houve o aumento no atendimento, “em abril de 2008 atendemos 730 reclamações, com 22 dias úteis. No mês de abril deste ano atendemos 1285 ocorrências, com 18 dias úteis. Comparado ao mês passado (março/2009) que tivemos 1486 atendimentos, caiu. Mas se levarmos em conta que o mês de março teve 22 dias úteis houve com certeza de um mês para o outro um acréscimo razoável”.
Em abril de 2008, foram atendidas em média de 35 reclamações ao dia. Em abril deste ano o número saltou para 71 reclamações em média ao dia, ou seja, houve um acréscimo de 76% no atendimento em comparação ao mesmo período do ano passado.
No mês de março deste ano o Procon de Londrina atendeu em média 67 reclamações de consumidores insatisfeitos.
Os setores de telefonia fixa e móvel, também são os campeões de reclamações do Procon de Londrina, com cerca de 45% das ocorrências, seguidas pelos cartões de crédito e os empréstimos pessoais.
O Diretor da Comissão de Direito do Consumidor da OAB Londrina e professor da Faculdade Paranaense FACCAR em Rolândia, Dr. Rodrigo Brum Silva, apontou um conjunto de causas possíveis que podem ter levado a este vultuoso acréscimo nas reclamações no PROCON. “A expansão da oferta da telefonia sem que haja o aumento do suporte técnico suficiente e adequado. A utilização em maior número dos cartões de crédito e maior parcelamento das dívidas, que na minha opinião veio em decorrência da crise financeira, já que caiu a circulação de capital no mercado. Não sobrando dinheiro e com orçamento apertado às pessoas procuram cuidar melhor de seus bens em geral”.
Outro fator apontado pelo Dr. Rodrigo Brum é o trabalho de conscientização do cidadão, “hoje o cidadão está muito mais informado, tanto pelo trabalho de apoio dado pela mídia escrita como pela áudio-visual, unido aos movimentos em prol do consumidor que vem sendo realizado pelas várias Ongs e Institutos que surgiram no Brasil nos últimos anos. Como também, vem surtindo resultado o árduo trabalho que vem sendo efetuado há anos pela Ordem dos Advogados através das campanhas de esclarecimento sobre o Código do Consumidor, as comissões de estudo para o aprimoramento do estatuto vigente e a defesa dos diretos através inúmeras ações coletivas impetradas pela Ordem”. “Mas espero que este fenômeno seja pontual a crise e quando ela (crise) passar, o aumento das reclamações venha a cair naturalmente”, preconizou Brum.
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