quinta-feira, 13 de agosto de 2009

ESTÁ NA REDE

Pedro Simon: “Estou pensando em renunciar aos outros quatro anos de mandato”

O senador Pedro Simon (PMDB-RS) admitiu que pode abrir mão de seus últimos quatro anos de mandato se a atual imagem do Senado Federal persistir. O parlamentar lamentou os episódios que abalaram a Casa na semana passada – os quais, segundo ele, compõem a “fase mais cruel” que já vivenciou no Senado. A afirmação foi feita hoje no Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), que abrigou, em Brasília, um ato de discussão sobre a crise ética no Senado Federal.

“Essa é a situação no Senado onde saio mais machucado. Estou para completar 80 anos, no próximo dia 31 de janeiro, e estou pensando em renunciar aos quatro anos de mandato que me restam”, afirmou o senador. “Mas acho que até lá posso continuar conclamando a sociedade a sair às ruas”, concluiu. Simon disse que não espera nada do Congresso Nacional, e nem dos poderes Executivo e Judiciário. Para ele, somente o povo, os jovens e os trabalhadores nas ruas poderão pressionar pela mudança no sentido da ética e da dignidade nacionais.

O jornalista e representante da Associação Brasileira de Imprensa (ABI) Marcelo Tognozzi brincou com o senador e pediu para que ele tomasse um "viagra moral" para continuar a luta em prol da ética. O encontro contou também com a presença dos senadores Cristovam Buarque (PDT-DF), Arthur Virgílio (PSDB-AM) e José Nery (PSol-PA), além de parlamentares e do ex-governador do Amapá José Capiberibe. O objetivo do evento foi reunir sugestões de combate à crise e firmar compromissos e metas para fomentar a discussão na sociedade.

Representantes da sociedade civil também estiveram presentes: o economista do Contas Abertas, Gil Castello Branco, o professor da Universidade de Brasília e representante da Transparência Brasil David Fleischer, o assessor político da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), padre Ernani Pinheiro, além de parlamentares de sete partidos políticos e outros representantes do movimento social.

Os participantes decidiram criar um grupo de coordenação e uma programação para iniciar o movimento que tem como “emblemas” as denúncias contra o Senado e o afastamento de seu presidente, José Sarney. Os senadores se comprometeram a realizar uma vigília no Plenário da Casa pela volta da ética e da moral, além de pedir um plebiscito interno para votar, em aberto, pelo desarquivamento dos processos contra Sarney. Prometeram, ainda, solicitar a demissão do chefe da Segurança Legislativa, devido ao tumulto ocorrido ontem, em que manifestantes contra o presidente do Senado foram agredidos.

Milton Júnior
Do Contas Abertas

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